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Escola Kanindé
quinta-feira, 26 de abril de 2012
domingo, 22 de abril de 2012
Jogos tradicional do povo kanindé
Festa na aldeia Balança, local sede da V edição dos jogos tradicional do povo kanindé, com a participação dos índios kanindé, da aldeia Fernandes e aldeia Balança. Com inicio as 08:00 da manhã com o ritual sagrado para buscar força dos encantados da natureza, e pedir benções para o dia de festa.
A V edição dos jogos indígenas tradicionais do povo kanindé nesta
edição de 2012 foi um sucesso, a participação dos atletas foi
maciçamente contemplada dentro das diversas modalidades esportivas
existentes na edição dos jogos.
As lideranças indígenas um agradecimento especial por terem fortalecido na realização deste momento tão importante no fortalecimento da cultura indígena kanindé, a presente edição começou com a apresentação cultural dos alunos da escola indígena kanindé de Fernandes com musicas cantadas em tupi, logo após todos se reunião em uma grande roda e entoaram a dança do toré com cânticos "musicas" puxadas pelo cacique e pelo pajé e as lideranças indígenas presentes no momento fortificando e fortalecendo a espiritualidade dos indígenas para começarem bem as atividades esportivas do dia.
A V edição dos jogos indígenas tradicionais do povo kanindé e
as próximas edições que certamente virão nos anos posteriores nunca
terão um caráter de disputa de rivalidades entre as
comunidades indígenas do povo kanindé, a ideologia de "jogos" sempre foi
reunir toda a comunidade indígena kanindé e degustar um momento onde o
espirito esportivo seja demonstrado através da união entre todos, a
valorização e o respeito pela diversidade cultural do
povo indígena kanindé e que seja amplificada através de uma
desportividade diferente de outras pois para os kanindé quem compete não
perde todos ganham, pois todos somos irmãos,unificados e pela força de
pai tupã as energias são fortificadas.
Nas comemorações dos índios kanindé poderam receber a presença do
prefeito municipal de Aratuba Dr: Julio césar Lima Batista que esteve
prestigiando as festividades dos índios kanindé bem assim como também a
presença da liderança indígena pitaguary de Pacatuba Rosa pitaguary
que também veio prestigiar a V edição dos jogos
tradicionais indígenas kanindé.
A premiação na V edição dos jogos indígenas tradicionais do povo
kanindé foi colocada da seguinte forma: não teve disputa de primeiro,
nem de segundo e nem muito menos de terceiro lugar, foi dado
um troféu que representava a cultura indígena kanindé para cada
comunidade indígena pelo empenho, disciplina e principalmente pela
respeito e a valorização da cultura e um troféu foi entregue a equipa de
futebol que se sobressaiu melhor nos jogos.
Participação dos guardiões da memória kanindé
Texto: Suzenalson da Silva Santos, coordenador dos jogos tradicional do povo kaninde, e Professor Escola Indígena Kanindé.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
Tempo Comunidade Abril 2012
O tema do tempo comunidade do mês de abril teve como tema Principal artesanato do povo kanindé, no qual os alunos passaram toda semana fazendo pesquisa e preparando para apresentações na semana do índio. Com uma temática diferente no ano de 2012, a semana do índio terá com objetivo trabalhar a história do povo, apresentações do tempo comunidade, Roda de conversa com os guardiões da mémoria kanindé e no sábado encerramento com os jogos tradicionais do povo kanindé.
Alunos do 4º e 5º ano, ficaram responsável para pesquisar artesanato de madira, onde os alunos fizeram suas apresentações, montaram uma exposição e uma palestra com o pajé Maciel.
Já os alunos do 6º e 7º pesquisaram o artesanato de cipó também tradicional na cultura do povo, os alunos também apresentaram seus trabalhos e uma exposição com artesanato de cipó.
terça-feira, 17 de abril de 2012
Programação V Edição Jogos Kaninde
V Edição dos jogos tradicionais indígenas do povo kanindé.
Aldeia pé da serra da balança – 21 de abril de 2012.
Programação.
08h00min = Abertura com a dança indigena kanindé “dança da união” – apresentação cultural.
08h20min = Corrida da tora “curumim”.
08h30min = Futebol veteranos
Aldeia Fernandes X aldeia pé da serra
09h00min = Futebol feminino
Aldeia pé da serra X aldeia Fernandes.
09h30min = Futebol masculino adulto
Professores “escola indigena Fernandes” X Campim futebol clube.
10h00min = Futebol masculino ensino fundamental I “4º, 5º, 6º ano”.
Aldeia Fernandes X Aldeia pé da serra.
10h30min = Cabo de guerra “curumim”
Masculino/Feminino.
10h40min = arco e flecha
Masculino/feminino
11h00min = Futebol masculino adulto
Aldeia pé da serra X “jekafe” Aldeia Fernandes
11h30min = Futebol masculino ensino fundamental II “7º, 8º, 9º ano”.
Aldeia Fernandes X Aldeia pé da serra
12h00min = Intervalo para almoço atletas participantes.
14h00min = Futebol masculino ensino médio.
Aldeia pé da serra X Aldeia Fernandes
14h30min = futebol masculino adulto
“Jekafe” Fernandes X Professores “escola indigena”.
15h00min = Futebol masculino adulto.
Campim futebol clube X “Aldeia pé da serra”
15h30min = Futebol masculino adulto
“Jekafe” Fernandes X Campim futebol clube
16h00min = Futebol masculino adulto
Aldeia pé da serra X Professores “escola indigena Fernandes”.
16h30min = corrida da tora
Masculino
16h40min = cabo de guerra adulto.
Masculino/feminino
17h00min = Encerramento com entrega de troféus as comunidades participantes / dança do toré / degustação de mocororó.
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Jogos Indígenas do Povo Kanindé
Comunidade Indígena Fernandes.
Juventude esportiva kanindé de Aratuba Fernandense “JEKAFE”.
Associação Indígena Kanindé de Aratuba “AIKA”.
E.D.E.F.M. Manoel Francisco dos Santos.
Convite
O povo indígena kanindé tem a honra de convida-lo para prestigiar a V edição dos jogos tradicionais indígenas do povo indigena kanindé em comemorações ao dia do índio.
Data: 21 de abril de 2012
Local: comunidade indigena de Balança “Aldeia pé da serra”.
Município: Aratuba
PROGRAMAÇÃO MUSEU KANINDÉ 2012
programação MK 2012
O museu indígena kanindé conjuntamente com a escola diferenciada do povo indígena kanindé e a associação indígena kanindé de Aratuba lançam programação pedagógica para o primeiro semestre de 2012 , tendo como objetivo o aprimoramento dos conhecimentos dos alunos indígenas kanindé numa perspectiva da visibilidade da memória cultural kanindé e também dar visibilidade aos trabalhos realizados pelo museu e pela escola diferenciada do povo kanindé.
Museu indígena kanindé de Aratuba “MK”
Escola diferenciada de ensino fundamental e médio Manoel Francisco dos santos.
Associação indígena kanindé de Aratuba “AIKA”
Programação cultural 2012
Programação permanente:
· Ciclo de palestras com guardiões da memória.
· Contação de história.
Programação temporária:
· Exposições
· Seminários
· Oficinas
· Mostras de vídeos
Aluno do núcleo educativo do MK fazendo trabalho de limpeza de peça " couro de porco espinho".
Fevereiro de 2012
· Contação de história
“mandioca, farinhada, farinha, costumes e tradições dos kanindé do Ceará antigamente”.
Guardiões da memória: senhor Bernardo, Cícero pereira e José monte.
Roda de fogueira / peixe assado/tapioca.
Data: dia 24 de fevereiro
Março de 2011
· Seminário: “a devoção a são José entre os kanindé”.
Guardiões da memória: D. Rita pequena, Guilhermina, senhor Bernardo.
Local: escola indígena kanindé
Data: dia 16 de março
· Curso “pesquisa em patrimônio cultural”
Ministrante: Alexandre oliveira Gomes /historiador.
Publico alvo: núcleo gestor do museu dos kanindé/alunos e professores da escola indígena kanindé.
Local de realização: itinerante comunitário. Data: 31 de março
Abril de 2011
Semana em comemoração ao dia do índio
Palestras com guardiões da memoria
Eixo I
“usos e saberes tradicionais do povo kanindé”
Ministrante: Raimundo terto / José Maciel
Exposição de artefatos no museu
Data: 16 de abril
Eixo II
“o trabalho de ceramistas nos Fernandes de antigamente”
Ministrante: Maria do Carmo (ceramista kanindé)
Exposição de artefatos do museu.
Data :17 de abril
Eixo III
“fazendo remédio do mato: cura e saúde entre os kanindé”
Ministrante: Dona Odete soares (rezadeira e medica tradicional).
Exposição de artefatos do museu
Data: 18 de abril
Eixo IV
“A escola velha de antigamente”
Ministrante: senhor Bernardo ( memorialista kanindé)
Exposição de artefatos do museu
Data: 19 de abril
Eixo V
“A trajetória histórica dos kanindé no passado”
Ministrantes: Elenilson Gomes (historiador kanindé), José Maria (cacique kanindé), Cicero pereira (liderança indígena kanindé), Manoel Constantino (pajé kanindé), Alexandre oliveira ( mestre em antropologia UFPE).
Exposição de artefatos do museu
Data: 20 de abril
Eixo VI
“realização da V edição dos jogos indígenas tradicionais do povo kanindé”
Local: aldeia Fernandes
Data: 21 de abril
coleção artefatos arqueológicos/trançado/ cerâmica.
Maio de 2012
Seminário “atividades agrícolas na terra indígena Fernandes”
Ministrantes: senhor Bernardo, Henrique Lourenço,
Secretaria do meio ambiente de Aratuba.
Local: escola indígena kanindé
Data: 04 de maio.
Contação de história “roda de conversa”
“as secas de antigamente”
Ministrantes: cacique sotero, pajé Maciel, senhor Bernardo, Cícero pereira.
Roda de fogueira/peixe assado/batata assada/tapioca/toré.
Data: dia 18 de maio
semana nacional de museus 2012.
seminário: antropologia e educação escolar indígena: praticas museais na escola indígena kanindé.
local: museu indígena kanindé
data: dia 18 de maio.
Junho 2012
Roda de conversa “a caça, a caipora e os kanindé”.
Roda de fogueira/gravações em vídeos/mungunzá.
Ministrante: João Maciel (liderança e caçador).
Data: 20de junho
palestras com os guardiões da memória.
memoria e juventude na luta indígena: o papel da novas lideranças kanindé.
ministrantes: clara de Assis, Elenilson gomes, Reginaldo santos e nalson santos.
data: 28 de junho.
local: escola indígena kanindé
terça-feira, 3 de abril de 2012
Programação Museu Kanindé "Guardiões da Memória"
Museu indígena kanindé de Aratuba “MK”
Escola diferenciada de ensino fundamental e médio Manoel Francisco dos santos.
Associação indígena kanindé de Aratuba “AIKA”
Programação Março de 2012 Museu Kanindé
· Contação de história
“mandioca, farinhada, farinha, costumes e tradições dos kanindé do Ceará antigamente”.
Guardiões da memória: Senhor Bernardo, Cícero Pereira e José Constantino.
Data: dia 23 de fevereiro
Momento em que todos os alunos da escola Kanindé participaram. Na qual está programação com os guardiões da memória e contação de história será permanente.
Inicio as 13h30min com a presença das lideranças Cicero Pereira e Senhor Bernardo José Constantino, alunos e professores da escola, inicia se com o professor Paulo que fez a doação de um cagado para o museu, instrumento de trabalho utilizada por seu pai para fazer telha que deve ter mais de quatro décadas e ele quer que essa peça fique na historia. Apresentação de um vídeo sobre o grupo de núcleo educativo do museu kaninde que participaram da organização do museu junto com o professor Alexandre.
A aluna Antônia da silva santo explicou um pouco como se deu o processo de limpeza das peças e como foram feitos os preenchimento das fichas e a marcação das peças, segundo ela foi muito trabalhoso mais foi muito importante para todos os que participaram do curso.
Apresentação do blog do museu kaninde pelo professor Suzenalson organizador das rodas de conversas e da organização dos trabalhos do núcleo educativo do museu kaninde, explica o não comparecimento do cacique Sotero responsável pela criação e conservação do museu kaninde cacique da aldeia. Suzenalson explica sobre o machadinho de pedra doado pela senhora Maria Amelha encontrado na serra do Pindar que estar sobre a responsabilidade do cacique Sotero que só ira expor e colocar no museu quando ele for inaugurado, pois é uma peça muito importante.
Senhor Bernardo fala que não tinha escola a uns 50 anos atrás, segundo ele só tinha escola a noite em Aratuba, era um colégio onde as irmã ensinavam e só tinha aula a noite passavam o dia trabalhando e a noite dormiam na aula.
Depois chegaram os padres em Aratuba e fizeram uma reunião nos Fernandes e despertaram o interesse pela escola na reunião perguntaram o que a comunidade queria e pediu para que a comunidade fosse falar com o prefeito para fazer a escola, foram 3 pessoas a comunidade garantiu fazer 16 milheiros de tijolo e fazer os alicerces, que foi garantido fizeram o tijolo perto do chico barroso as pedras foram carregadas de perto do Zé Vicente ( já falecido) e todos participaram até as crianças.
A telha foi comprada e só veio até na Canabrava foi feito um Judá para incentivar a comunidade a carrega r a telha, a construção demorou mais de ano, a os professoras eram de Aratuba esse foi o inicio da educação na comunidade Fernandes segundo senhor Bernardo hoje esse grupo e bastante desvalorizado e ele espera que o museu não fique esquecido na historia.
Cicero continua e fala que a educação é passada dia a dia e comenta a fala do Luiz caboclo pajé Tremembé que era representante dos índios do ceara em Brasília em um encontro que no meio de muitos doutores e ele com sua inteligência deu bom dia e falou estou no meio dos doutores, e mostrou que que ele era um doutor formado sem formatura e segundo Cicero os alunos da escola também são doutores pois tem seus conhecimentos .
Segundo Cicero as historias que conta hoje foram repassadas para eles por seus pais e avos segundo ele os mais velhos diziam que os jovens rezassem a oração “santa Maria de prata pai de nosso no latão se tu tem mulher na serra o que vai ver no sertão, vai comer calango assado e lagartixa com feijão”.
Depois contou uma historia muito antiga que falava de três homens valentes e uma velha, mangangá vermelho, cravo santo e o umbigo. Foi uma historia muito interessante. Em seguida Zé Maciel fala um pouco sobre sua historia que foi muito sofrida logo após contou uma historia de uma família que tinha três filhos e uma velha ruim que matava as pessoas.
Após Cicero contou a historia do menino que não tinha roupa e pela primeira vez consegui vestir uma roupa imaginem o que aconteceu.
Zé Maciel contou uma historia de um homem que fez o negócio com um homem e a mulher foi quem resolveu. Segundo Cicero ninguém pode com menino e contou como o menino enganou um cego.
Cicero explica a importância dos objetos que existem no museu e explica a importância do cagado doado pelo professor Paulo e a importância desse objeto para a comunidade e para o museu kaninde segundo senhor Bernardo eram necessárias de 10 a 15 cargas de lenha e passava- se uma noite ou mais para se queimar um milheiro de telha. Após fizeram explanações sobre algumas peças do museu kaninde.
Cicero para finalizar suas historias contou a historia de Jesus e Pedro.
Elenilson Gomes diretor da escola explica a importância desse momento para os alunos da escola e a comunidade. Suzenalson agradece a participação dos alunos e das lideranças e explica a importâncias das historias contadas pelas lideranças mostrando que o futuro da escola são os alunos e devem se prepara para assumirem a comunidade.
Segundo Suzenalson o povo kaninde e esquecido dentro da historia do município de Aratuba , o museu não é um ponto turístico, temos uma historia que deve ser mostrada . Para finalizar Jose Constantino recita o verso que fez em homenagem ao índio Galdino que foi assassinado queimado. E assim chegamos ao fim da primeira roda de conversas.
Mais informações sobre Museu Kanindé
Mais informações sobre Museu Kanindé
Texto: Francisco Reginaldo da Silva ( Professor Indígena Kanindé)
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
TERRA KANINDÉ DE ARATUBA
FUNAI elabora relatório de qualificação
Espaço abriga a tradição e a cultura Kanindé |
Equipe da CR de Fortaleza viajou ao Maciço de Baturité para atender reivindicação da Justiça Federal do Estado do Ceará, por meio da Ação Civil Pública n.º 0009430- 95.2010.4.05.8100, proposta pelo MPF-Ministério Público Federal com pedido de liminar, visando realizar a demarcação da Terra Indígena tradicionalmente ocupada pela etnia Kanindé de Aratuba.
Para tanto, procedeu-se à qualificação da área, a começar por sua identificação e delimitação, visando a regularização do território Kanindé localizado na Serra da Aratuba e entorno, entre os municípios cearenses Aratuba e Canindé. Os servidores da sede cearense da FUNAI, Francisco de Assis Pinheiro da Silva (técnico em Agricultura e Pecuária) e Lúcio André Wanderley Correia Mello (pregoeiro e agente em Indigenismo) promoveram inicialmente uma reunião de sensibilização com as lideranças daquele povo na Aldeia Fernandes, com o apoio do Cacique Sotero.
Levantando dados e documentos junto ao Pajé Maciel e Cícero Kanindé, fizeram a seguir o trabalho de campo, incluindo um levantamento de pontos e coordenadas geográficas (plotagem) relevantes, com a utilização de GPS, finalizando com uma reunião para apresentar à comunidade os resultados preliminares da ação.
Atualmente, os Kanindé de Aratuba somam aproximadamente 640 pessoas — cerca de 185 famílias — que habitam 148 residências, segundo o Sistema de Controle Demográfico da Coordenação Regional de Fortaleza. Os dados obtidos quanto à localização da área reivindicada demonstram que a mesma encontra-se em sua maior parte no município de Aratuba, ocupando também uma faixa do município de Canindé e áreas limítrofes entre os dois.
Kanindé criam artesanato segundo o tipo de material utilizado |
Mais especificamente, a T.I. Kanindé está localizada na microrregião do Maciço do Baturité (Serra da Aratuba e entorno), cortada pela CE-257 e pelo Riacho Catolé, cuja nascente encontra-se dentro da área reivindicada. Apresenta diversas formações rochosas e alguns riachos sem denominação, que correspondem às coordenadas registradas.
Variedade de artigos: para cada uso, uma técnica |
Museu registra a transformação de sementes, peles, penas, bambú e fibras |
O chefe Kanindé, principal da tribo dos Janduís, liderou a resistência de seu povo no século XVII, obrigando o então rei de Portugal a assinar com ele um tratado de paz, firmado em 1692, mas descumprido por parte dos portugueses. Como ocorreu com muitos agrupamentos nativos, seus descendentes passaram a ser conhecidos como Kanindé, alusão ao chefe e à ancestralidade. Segundo a tradição oral, este grupo veio da região do atual Município de Mombaça, passando por Quixadá e pelas margens do rio Curu, entre os rios Quixeramobim e Banabuiú, junto aos seus parentes Jenipapo, antes de alcançar os seus atuais locais de morada.
Quando os holandeses ocuparam o Nordeste brasileiro, seus pintores, cronistas e historiadores deixaram vários registros, mesmo porque foram seus aliados. Neles os índios aparecem como “guerreiros temidos por outros indígenas, homens e mulheres fortes de corpo bem desenvolvido, que lutavam com grandes pedaços de madeira como arma, que era mortal.
Seus rituais de ocupação da terra assemelhavam-se a jogos esportivos, em que alguns deles corriam com um grande tronco de árvore às costas, até o território do qual pretendiam a posse. Periodicamente, saíam em busca de novos locais para ocupação, pois eram povos nômades, coletores e caçadores. Praticavam a antropofagia ritual, assando os restos de entes queridos e misturando suas cinzas à comida". (2)
Seus rituais de ocupação da terra assemelhavam-se a jogos esportivos, em que alguns deles corriam com um grande tronco de árvore às costas, até o território do qual pretendiam a posse. Periodicamente, saíam em busca de novos locais para ocupação, pois eram povos nômades, coletores e caçadores. Praticavam a antropofagia ritual, assando os restos de entes queridos e misturando suas cinzas à comida". (2)
A comunidade que atualmente vive na fronteira de Canindé com o Aratuba luta para ser reconhecida pelas autoridades como descendentes da tribo Canindé. A Assembléia Legislativa do Estado do Ceará criou comissão de estudos para reconhecer a comunidade como tal. “Em 1738, o padre Ezequiel Gameiro foi encarregado de catequizar 30 casais de Genipapo e 40 casais de Canindé, aldeados na Serra do Uruquê e no Rio Choró. A comunidade que reivindica o reconhecimento seria descendente dos membros desta missão”. (3)
O padre Neri Feitosa informa que os Canindé e Jenipapo habitaram os sertões do Curu, as margens do Quixeramobim e do Banabuiú, falando a mesma língua e compartilhando a mesma cultura, constituindo um grupo étnico que dominava vasto território do Nordeste brasileiro. "Nossos índios tinham consciência de que estas terras eram suas e as defenderam com lutas perseverantes e com as próprias vidas.
Perderam as terras, porque perderam a guerra, mas resistiram enquanto foi possível. Perderam a batalha porque os brancos tinham armas de fogo e eles não. ‘A luta era desigual’", afirma o padre. Entre as táticas utilizadas pelos índios para assegurar sua sobrevivência, a de fingir-se pacificados e aliados dos colonizadores, como acabou ocorrendo com a tribo dos Canindé, primitivos habitantes dessa região, resultou válida. (4)
O padre Neri Feitosa informa que os Canindé e Jenipapo habitaram os sertões do Curu, as margens do Quixeramobim e do Banabuiú, falando a mesma língua e compartilhando a mesma cultura, constituindo um grupo étnico que dominava vasto território do Nordeste brasileiro. "Nossos índios tinham consciência de que estas terras eram suas e as defenderam com lutas perseverantes e com as próprias vidas.
Perderam as terras, porque perderam a guerra, mas resistiram enquanto foi possível. Perderam a batalha porque os brancos tinham armas de fogo e eles não. ‘A luta era desigual’", afirma o padre. Entre as táticas utilizadas pelos índios para assegurar sua sobrevivência, a de fingir-se pacificados e aliados dos colonizadores, como acabou ocorrendo com a tribo dos Canindé, primitivos habitantes dessa região, resultou válida. (4)
Os Kanindé radicados nos municípios de Canindé (Sertão Central) e Aratuba (Serra de Baturité), têm sua história marcada por longo processo de migrações forçadas, mas vêm mantendo, apesar desta dispersão, laços de parentesco e sociabilidade que unem as comunidades do Sítio Fernandes e da Serra da Gameleira, que compõem a etnia.
Os Kanindé chegaram ao Sítio Fernandes vindos da Serra da Gameleira, também conhecida como Serra do Pindar, em Canindé, por conta de secas — como a de 1877 — e invasões de suas terras por posseiros criadores de gado. Traço cultural herdado dos ancestrais, sua cultura da caça se materializa na existência de diversas armadilhas, como o '”quixó de geringonça”, utilizado no apresamento de animais como mocó, tejo, cassaco, peba, veado, nambu, seriema e juriti, sempre respeitando os períodos de gestação dos bichos. Esta relação de sustentabilidade que mantêm com a natureza é ensinada aos novos caçadores da tribo e busca garantir a permanência da caça para as próximas gerações.
A chamada “Terra da Gia” foi durante muito tempo utilizada pelos Kanindé para suas plantações e caça, constituindo-se como significativo lugar de memória para o grupo. Em 1995, após grande luta junto aos trabalhadores rurais locais, este terreno foi desapropriado pelo INCRA-Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Após querelas na divisão da terra, os Kanindé do Sítio Fernandes ficaram com 270 hectares e continuam plantando no sistema de roçados.
“Em 1996, por iniciativa de José Maria Pereira dos Santos, mais conhecido por Cacique Sotero, foi aberto à visitação pública o Museu dos Kanindé, que traz em seu acervo artesanato (seu trabalho em madeira merece destaque) e instrumentos de caça e dança, entre outros. Mantido em relativo sigilo até o ano citado, foi com o acirramento da luta por seus direitos que o museu foi exposto ao público, constituindo mais uma forma de afirmação étnica do povo Kanindé".(5)
Depreende-se destas e de (muitas) outras informações registradas que o grupo possui amplo histórico cultural, mantendo suas tradições, que inclusive tiveram destaque na imprensa local em diversas ocasiões. Recentemente foi feita a catalogação arqueológica das peças do Museu dos Kanindé, sob orientação profissional de uma arqueóloga ligada à UFPE-Universidade Federal de Pernambuco.
Por fim, um levantamento antropológico está sendo finalizado pelo historiador Alexandre Oliveira Gomes (UFC-Universidade Federal do Ceará), mestrando do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Pernambuco (PPGA-UFPE), coordenador do Projeto Historiando e responsável por trabalhos e publicações sobre etnicidade, coleções etnográficas e museus indígenas no Estado do Ceará, que cedeu documentos e artigos para a confecção do roteiro apresentado pelos servidores supracitados.
(1) São Francisco de Canindé na Literatura de Cordel. Viana, Arievaldo. Edições Livro Técnico, 2002).
(2) revista Caros Amigos. Sposito, Fernanda. Coleção Rebeldes Brasileiros
(fascículos publicados entre 2000 e 2002)
(fascículos publicados entre 2000 e 2002)
(3) jornal Santuário de São Francisco (órgão da Paróquia de São Francisco das Chagas). Junho/2001
(4) jornal Santuário de São Francisco. Junho/2001
(5) http://funaiceara.blogspot.com/
(5) http://funaiceara.blogspot.com/
(texto: Marco Krichanã, com edição de trechos do relatório
Qualificação de Reivindicações / Terra Indígena Kanindé de Aratuba)
(fotos: Francisco de Assis Pinheiro)
Qualificação de Reivindicações / Terra Indígena Kanindé de Aratuba)
(fotos: Francisco de Assis Pinheiro)
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Desfile 07 setembo
Alunos da Escola kanindé participa do desfile 7 de setembro
CURSO DE ARTESANATO KANINDÉ
A escola kanindé de Aratuba prestigia os novos artesões kanindé, foi um curso com carga horária de 30hs, apoiado pela FIEC, sendo que os monitores foram artesões da própria comunidade, o público alvo foi jovens da comunidade, pois ficaram felizes e valorizaram muito o curso, no qual uma aluna emociona todos presentes falando da importância de valorizar suas terras tradicionais, e não saindo da comunidade para trabalhar nas grandes cidades. E também uma forma de tá preservando e ensinando a cultura do povo para as novas gerações.
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