Projeto Tempo Escola, Tempo Comunidade





ESCOLA INDÍGENA MANOEL FRANCISCO DOS SANTOS.

E-mail: eifmmfs@eifmmfs.seduc.ce.gov.br Telefone: (85) 9191-7047


TÍTULO: METODOLOGIA DA ALTERNÂNCIA PARA ESCOLAS INDÍGENAS

IDENTIFICAÇÃO: ESCOLA INDÍGENA MANOEL FRANCISCO DOS SANTOS

ENDEREÇO: SITIO FERNANDES S/N ZONA RURAL ARATUBA – CEARÁ

DIRETOR: ELENILSON GOMES DOS SANTOS

COMUNIDADE INDÍGENA KANINDÉ


HISTÓRICO DA ESCOLA: A Escola Diferenciada de Ensino Fundamental e médio Manoel Francisco dos Santos, surgiu da necessidade do povo Kanindé de Aratuba, que visava reforça o movimento organizacional do povo e a luta pela terra.

Desde de 1999, quando surgiu uma proposta dos índios Kanindé de reivindicarem pelos direitos de uma educação especifica e diferenciada para suprir as necessidades do povo kanindé de Aratuba. Começaram os primeiros passos da escola que tinha como principal papel:
• Da continuidade a cultura do povo;
• Alfabetizar e fazer com que todos conheçam a história da comunidade indígena e suas origens.
• Que o povo Kanindé tivesse acesso a educação na própria comunidade e não saísse para a cidade, se preparando para o futuro.

       Foram criadas duas salas de aula, mas os tempos passaram e ao longo desses quatro anos de criação da escola Manoel Francisco dos Santos surgiram mais três salas, onde visava formar cidadãos críticos e conscientes de seu papel na comunidade. Com a organização do povo Kanindé, foi preciso fazer uma diferenciação entre as salas de aulas, as dificuldades eram grandes, a comunidade não contava com um espaço adequado, foi preciso dividir os alunos em casa de famílias que tinha um espaço maior para recebe-los. através desta diferenciação as salas de aulas ficaram divididas em Escola de ensino fundamental e médio Fernandes de Cima. Escola de ensino fundamental e médio Fernandes de baixo e escola Manoel Francisco dos santos.

       Vendo a importância e o crescimento de alunos da escola indígena, aconteceu então um movimento da parte dos pais, professores e as lideranças da comunidade indígena para fazer uma articulação entre a Prefeitura, Secretaria Municipal e o Estado, foi aí que surgiu a idéia de alunos da 1ª e 2ª séries do Ensino Fundamental da Escola Indígena, estudarem no espaço físico que antes era utilizado pela Escola Municipal.

       Hoje contamos com um quadro de 11 professores atuando em sala de aula, onde quatro professores trabalham com o EJA (Educação de Jovens e Adultos) e cinco trabalham com a 1º 2º 3º 4º 5º e 6º Ano do Ensino Fundamental e conta também com 01 coordenador pedagógico.

PERÍODOS: Todas as segunda semana de cada mês.

OBJETIVOS:

GERAL

  •  Garanti aos alunos da escola indígena educação específica e diferenciada
  •  Propiciar o acesso da família na formação escolar dos filhos
  •  Criar condições para que os alunos indígenas resgatem seus valores

ESPECIFICO

  •  Possibilitar a integração professores família e escola família
  •  Criar laços entre alunos e comunidade
  •  Contribui para a formação especifica dos alunos na comunidade
  •  Tornar os alunos pesquisadores e praticantes da cultura de seu povo
  •  Garantir que cada aluno venha a valorizar a educação familiar



PUBLICO ALVO
Alunos do 1º ao 9º ano do ensino fundamental da Escola Indígena Manoel Francisco dos Santos.

JUSTIFICATIVA
     Este projeto surgiu em resposta ao MISI PITAKAJÁ, que exige uma nova metodologia de ensino para a escola, pois o curso superior vai acontecer na segunda semana de cada mês no interior das aldeias envolvidas na formação. Com isso necessitaríamos de uma nova proposta que viesse a garantir o padrão de qualidade de ensino da escola e sobre tudo o diferencial da escola que é o ensino da cultura e história do povo, para isso buscamos uma fundamentação legal que viesse a garantir tanto as normas da educação básica brasileira como as especificidades da educação escolar indígena, daí nos fundamentamos em o artigo 210 da constituição federal (Título VIII, Capítulo III, Seção I), que assegura que: “O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem”. 

     A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) o reitera, garantindo, em seu artigo 32 (seção III), parágrafo 3, que: “O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem”. A LDB irá também dedicar dois artigos às condições especiais da escola indígena, definindo, no Artigo 78 do Título VIII, que: “O Sistema de Ensino da União, com a colaboração das agências federais de fomento à cultura e de assistência aos índios, desenvolverá programas integrados de ensino e pesquisa, para oferta de educação escolar bilingüe e intercultural aos povos indígenas, com os seguintes objetivos: I - proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a recuperação de suas memórias históricas; a reafirmação desuas identidades étnicas; a valorização de suas línguas eciências; II - garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso às informações, conhecimentos técnicos e científicos da sociedade nacional e demais sociedades indígenas e nãoíndias”. Assim também, a Resolução CEB 3/99 define, em seu artigo 3, que: “Na organização da escola indígena deverá ser considerada a participação da comunidade, na definição do modelo de organização e gestão, bem como: III – suas formas de conhecimento, processos próprios e métodos de ensino e aprendizagem”. 

      Adiante, no artigo 5, assegura que “A formulação do projeto pedagógico próprio, por escola ou por povo indígena, terá por base: IV – os conteúdos curriculares especificamente indígenas e os modos próprios de constituição do saber e da cultura indígena”.A ligação entre a inserção do respeito aos modos próprios de ensino e aprendizagem com a formulação de uma pedagogia indígena pode serencontrada em uma diretriz do Plano Nacional de Educação (Lei 10.172/01), quando trata da autonomia:8. “Assegurar a autonomia das escolas indígenas, tanto no quese refere ao projeto pedagógico quanto ao uso de recursosfinanceiros públicos para a manutenção do cotidiano escolar, garantindo a plena participação de cada comunidade indígena nas decisões relativas ao funcionamento da escola”. O Parecer CNE/CEB 14/99, a Resolução CEB 3/99 e o Plano Nacional de Educação (Lei 10.172 de 09/01/01) reafirmam, assim, essas disposições, definindo diretrizes e metas específicas para a escola indígena. Dentre elas, poderíamos destacar o reconhecimento administrativo da categoria escola indígena no sistema de ensino, a ênfase na formação de professores indígenas e produção de materiais didáticos específicos, o reconhecimento de programas e currículos específicos, a adaptação do projeto escolar à realidade indígena a que se volta e a criação de condições de autonomia e auto-gestão desses projetos escolares.

      Embasado em toda essa legislação nos fundamentamos na LDB em seu Art. 23. Que diz, A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar. Com a implantação da metodologia da alternância pretendemos alcançar de fato a educação escolar indígena pretendida, pois os alunos estarão aprendendo em dois ambientes distinto a Escola com pedagogias voltada para formação intelectual dos alunos e a aldeia com a formação espiritual destes alunos no que diz respeito a cultura de seu povo.



METODOLOGIA
       O Projeto será um meio de busca e inserção dos alunos no convívio da aldeia. Todos serão incentivados a construírem o seu projeto de vida, mesmo aqueles que pretendem sair da aldeia para continuar seus estudos na cidade, toda atividade realizada será feita através de projetos de pesquisa, os alunos que serão organizado por turma iram redigir projetos orientados por tutores que serão os professores que não estão na formação. E este além da tutoria do professor será acompanhado por um caderno de acompanhamento ou da alternância.

      É um meio de comunicação entre a escola e a família. Com ele a família se implica no processo, acompanhando e orientando seus filhos sobre o que fazer durante a estadia em casa; realização de um Plano de Estudo, um estágio, uma experiência, uma atividade retorno, uma pesquisa por matéria, etc.

TUTORIA
        Se a metodologia da alternância tem como uma de suas finalidades a formação integral e personalizada a tutoria seria uma das estratégias para se buscar a formação personalizada e reforçar a formação integral. A Tutoria consiste no acompanhamento personalizado do aluno. Cada monitor/a acompanha um grupo de aluno e o assiste dando a cada aluno a oportunidade de um momento a sós para tratar do Plano de Estudo, do Caderno da Realidade, da convivência em casa.


PERÍODO, ÁREA DE ESTUDO E ATIVIDADES

2010
Maio 11 a 14: Origem histórica do povo kanindé Elaboração de projetos de pesquisa (tutores e Alunos no 1º dia) a partir do 2º dia trabalhos de campo na aldeia.

2010
Junho 07 a 11: Influências do processo de catequização na cultura do povo kanindé. Elaboração de projetos de pesquisa ( tutores e Alunos no 1º dia) a partir do 2º dia trabalhos de campo na aldeia.

2010
Agosto 09 a 13: A importância da terra para a comunidade Elaboração de projetos de pesquisa ( tutores e Alunos no 1º dia) a partir do 2º dia trabalhos de campo na aldeia.

2010
Setembro 13 a 17: Danças e rituais do povo kanindé. Elaboração de projetos de pesquisa ( tutores e Alunos no 1º dia) a partir do 2º dia trabalhos de campo na aldeia.

2010
Outubro 11 a 15: Agricultura de subsistência a base de sustentação da economia indígena Elaboração de projetos de pesquisa ( tutores e Alunos no 1º dia) a partir do 2º dia trabalhos de campo na aldeia.

2010
 Novembros 08 a 12: Povos indígenas no ceará Elaboração de projetos de pesquisa ( tutores e Alunos no 1º dia) a partir do 2º dia trabalhos de campo na aldeia.

2010
Dezembro 06 a 10: Educação ambiental Elaboração de cartilhas, sobre preservação ambiental.

OBS: todos os temas estão voltados a parte diversifica da escola, mas também ligados diretamente com os conteúdos convencionais pois serão trabalhados a história no processo de civilização do homem, ciências indígena ligada a espiritualidade indígena, matemática indígena com o estudo da medidas, geografia no estudo da terra indígena, português nas produções textuais dos alunos etc.


AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES

Dos alunos; os alunos serão acompanhados pelos professores e pais, onde os pais iram assumir a responsabilidade de fazerem os filhos realizarem as atividades proposta pela escola durante a semana da alternância na escola, os professores responsáveis pelas turmas iram portar uma ficha de acompanhamento de atividades. Onde serão registradas todas as atividades dos alunos

Será destinado como tarefa diária do aluno e da família, garantir que a carga horária de 20 horas semanais de aula seja preservada, garantindo desta forma a realização por completo das atividades escolares. O não cumprimento das atividades do aluno e da família resultaram em atividades não realizadas cabendo a escola e conselho escolar definir como será reposta as atividade do aluno, que caso não seja reposto o aluno será penalizado com faltas.

Os tutores ficaram na escola para receber os alunos nos caso de duvidas nas atividades e quando solicitado ir a casa do mesmo para esclarecer para o pai como deveram prosseguir na realização do estudo, e os tutores quando no espaço escola iram ta organizando as produções dos alunos para produção de subsidio pedagógico e fonte de pesquisa.

RESULTADOS ESPERADOS
• Habilidades para comunicação falada e escrita na língua portuguesa.
• Conhecer e valorizar a história dos velhos da aldeia.
• Aproximar os pais da escola.
• Resgate cultural.