terça-feira, 10 de maio de 2011

SOBREVIVÊNCIA DO POVO KANINDÉ



ARMADILHA
   Desde a chegada do povo kanindé,vindo da serra da gameleira e de outros lugares próximos, Fernandes tinha e tem ainda suas próprias sobrevivências. Um traço cultural herdado dos ancestrais é a cultura da caça, várias armadilhas como o quixó, utilizado no apresamento dos animais, sempre respeitando os períodos de gestação dos  bichos. E assim a relação de sustentabilidade mantida com a natureza é ensinada às novas gerações, buscando garantir a permanência da caça  para as novas próximas gerações.  
Suas armas principais de caça é feita de madeira que é chamada de armadilha que chamamos de quixó e gaiola.


ANTONIO COMENDO COCO
      Como vive na serra se alimentam também de frutos como:: Ingar, caju, manga,Mamão, banana e outros.

Mas o forte do povo é a agricultura onde cultivam, a fava, feijão, milho, mandioca e batata. Antes eles sobreviviam da caça e de batatas. Compassado dos tempos, a comunidade foi crescendo e algumas caças foram diminuindo.
  Hoje a etnia preserva ainda seu modo de vida, suas caças ainda sobrevivem.
Os mais velhos da comunidade repassam seus costumes para os mais novos para que eles também aprenda sobreviver e que continue passando seus costumes para as futuras gerações.





SERRA DO RAJADO

LUGAR SAGRADO DO POVO KANINDÉ


                                                     CACHOEIRA DO BRAZ
Cachoeira  do  Braz

ENTREVISTADO: JOSÉ CONSTANTINO

   A cachoeira do Braz é uma cachoeira muito bonita que temos em nossa comunidade, nela existe muitas caças é um local lindo situada no meio de uma mata, porém tem os seus encantos, vários caçadores contam historias ocorridas na cachoeira, conta José  um caçador que um dia andava caçando, chegou no beiço da cachoeira onde tem uma laje de pedra muito grande, quando foi olhar se via alguma caça,  escorregou e caiu em cima da large, apos se levantar continuou caindo isso se repetiu por 4 vezes ficou arrepiado, e  para sair de cima da large de pedra, teve que sair de 4 pés, pegou o caminho de casa e depois desse   dia já aconteceu muitas outras coisas neste local, os mais velhos contam que a cachoeira é sagrada.

LENDA DO MOCÓ REIS

  

Caçador JOSÉ MACIEL
MOCÓ   REIS

    Um dia o caçador José andava caçando, chegou em uma furna muito boa de mocó e deu um grito na chama, saiu um mocó bem branquinho e ele colocou a espingarda para atirar  o mocó ficava com as mãos em pé, ele atirava a espingarda batia o catolé  isso aconteceu  durante três vezes,depois Jose saiu de lá, desceu mais para baixo com distancia de cinco metros matou uma cobra cascavel, depois que matou a cobra deu mais seis  tiros em
 mocó, mas errou todos seis nesse dia não matou nada desconfiou da proteção e voltou para casa .
  Segundo a lenda este é o  mocó reis e não pode ser morto explicou o caçador assim além dele aconteceu e acontece  com vários caçadores .

UM POUCO DA ORIGEM DO POVO



ORIGEM DOS KANINDÉ

          A origem histórica da etnia kanindé de Aratuba remonta ao chefe Canindé, principal da tribo dos janduís, que liderou a existência do seu povo no século XVII, obrigando o então rei de Portugal a assinar com ele tratado de paz,firmado em 1692, mas descumprido por partes dos portugueses.
         Como ocorria com muitos agrupamentos nativos, seus descendentes passaram a ser conhecidos como kanindé, alusão ao chefe e a ancestralidade.
        Segundo tradição oral vieram da região do atual município de Mombaça, passaram por Quixadá, pelas margens do rio Curu, entre os rios Quixeramobim e Banabuiú, junto aos seus parentes Jenipapos, antes de alcançar os seus locais de moradia atual.Chegaram ao sitio Fernandes vindo da serra da Gameleira, também conhecida como serra do pindar, em Canindé, por conta de secas, como a de 1877, e invasões de suas terras por posseiros e criadores de gados.
Chegaram em 1915, o povo Kanindé ficou calado muito tempo, escondendo da sociedade por vários anos sua indenidade étnica, isso devido ao medo de serem motos, o povo  era muito sofrido viviam periquinando nos sertões fugindo de seus opressores pois não aceitavam e não aceitam até hoje serem dominados é um povo independente que negocia suas melhorias não aceitando imposições.

Aratuba que significa abundancia de pássaros, interessante pois tem um significado indígena até mesmo porque é uma palavra de origem indígena, o que nos deixa triste é que Kanindé não apenas um nome com um significado indígena, é um povo que resiste até hoje as perseguições, porem sendo um povo distinto do restante do município de Aratuba não aparece na história do município, mas estamos aqui somos Kanindés que significa Araras Barulhentas fazemos parte e somos parte desse pedaço céu abençoado por TUPÃ nosso deus que de tudo cuida.
CASAL: JUDITE  E  ZÉ ROSENO
TEXTO: Professor  ANTONIO NILTON GOMES DOS SANTOS



                                                                                                                                                       





quarta-feira, 4 de maio de 2011

RITUAL DO TORÉ


RITUAL DO TORÉ ANTES DA AULA
O toré
O toré é muito importante ele nos ajuda a enfrenta melhor o nosso dia e a nos fortalecer em momentos difíceis e ruins. Dançamos o toré em momentos especiais e em visitas a escola também, é dançado todos os dias antes da aula para nos fortalecer e nos deixar mais dispostos a aprender. Ele é um ritual sagrado ao se ver se confunde com uma dança mas é um ritual que é dançado em agradecimento ao deus tupã na hora do toré  podemos sentir a terra , o vento  e as arvores. Algumas vezes usamos o toré para nos manifestar, atualmente o toré e dançado por todos os povos indígenas do ceara menos um o povo Tremembé que dança o torém outro ritual sagrado mais com ritmo mais lento e instrumentos diferentes e letra da musica é cantada em tupi guarani língua que e a língua nativa dos povos indígenas que existem no ceara. 
TEXTO: ANTÔNIO JOSUELDO

ANTÔNIO JOSUELDO    ALUNO ESCOLA KANINDÉ

terça-feira, 3 de maio de 2011

SEMANA DOS MUSEUS 2011



SEMANA DOS MUSEUS 2011

Indígenas preparam atividades nas aldeias
  
Publicação representa iniciativa de historiadores
pela preservação da memória dos povos indígenas

Maio é tempo de apreciar a programação desenvolvida por três museus indígenas no Ceará para a Semana Nacional de Museus 2011. As comunidades que possuem espaços de memória se organizaram e vão realizar atividades voltadas para as aldeias.

Entre os museus que deixaram de ser incluídos na programação — o Memorial Tapeba Cacique-Perna-de-Pau e o MIJK —, o Museu Indígena Jenipapo-Kanindé (TI Lagoa Encantada em Aquiraz) vai oferecer visitas guiadas para estudantes da comunidade e visitantes.

Vale destacar que a organização dos museus indígenas no Ceará encontra-se em processo de construção, numa parceria entre o Projeto Historiando* e as organizações indígenas.

Estas iniciativas de ações simultâneas, mesmo que estimuladas via IBRAM-Instituto Brasileiro de Museus / MinC-Ministério da Cultura, são a materialização do processo de apropriação do espaço museológico em andamento. Seus maiores protagonistas são as próprias comunidades que lideram os processos de musealização, buscando a apropriação das ferramentas de administração, gestão e construção da memória social e de pesquisa, para salvaguarda e comunicação do seu patrimônio cultural.


SEMANA NACIONAL DE MUSEUS 2011- MUSEUS E MEMÓRIA 
 MUSEUS INDÍGENAS DO CEARÁ
Programação

1. MONSENHOR TABOSA
Povos Potyguara, Tabajara, Tubiba e Gavião

Maria Firmina de Melo
Aldeia Tourão, s/n – Zona Rural
socorro.potyguara@gmail.com
Tel.:(88) 9274-4993

08 e 09/05 – das 09h às 12h
Oficina - Arte e Cultura para crianças e adultos das aldeias Tourão e vizinha
Local: Aldeia Tourão

POTYGATAPUIA
Aldeia Mundo Novo, s/n – Zona Rural – Aldeia Indígena
tequinhapereira@yahoo.com.br
Tel.:(88) 6696-1559

24 e 25/05 – das 08h às 16h
Mesa-redonda – Apresentação dos símbolos do museu em forma de mesa-redonda, mostrando a importância do museu para os povos indígenas da região.
Local: Aldeia Mundo Novo, Mons. Tabosa

POTYRA
Mundo Novo, s/n – Aldeia – Zona Rural
teresapotiguara@hotmail.com
Tel.:(88) 3696-1559

22 a 25/05 Mesa-redonda - Museus Indígenas e sua importância para a cultura local


2. PORANGA – Aldeia Imburana
Povos Tabajara e Kalabaça

Oca da Memória
Raimundo Bezerra de Menezes, s/n – Jardim das Oliveiras
(Escola Diferenciada Jardim das Oliveiras)
morubixaba2010@gmail.com
Tels.: (88) 3658-1435 / (88) 9991-1673

18/05 – das 13h30 às 14h
Abertura: Ritual Sagrado - Toré
Dança Indígena dos Povos Tabajara e Kalabaça de Poranga
Local: Escola Diferenciada de Ensino Fundamental e Médio Jardim das Oliveiras - Escola Indígena de Poranga-CE

18/05 – das 14h40 às 15h10 Exibição: filmes produzidos no projeto Nossos Pais e Avós nos Contaram e nos Contam
Local: Escola Diferenciada de Ensino Fundamental e Médio Jardim das Oliveiras - Escola Indígena de Poranga-CE

18/05 – das 16h30 às 17h
Exposição e comercialização de artes indí­genas, vídeos e comidas típicas dos Tabajara e Kalabaça de Poranga.
Local: Escola Diferenciada de Ensino Fundamental e Médio Jardim das Oliveiras - Escola Indígena de Poranga-CE

18/05 – das 13h30 às 14h
Outros: Abertura do evento com Ritual Sagrado - Toré dos Povos Indí­genas Tabajara e Kalabaça de Poranga.
Local: Escola Indígena de Poranga - Rua Raimundo Bezerra de Menezes, Bairro Jardim das Oliveiras.

18/05 – das 14h às 14h30 Palestra: Importância da valorização, preservação e manutenção dos acervos existentes no Museu, visando o fortalecimento da identidade étnica e cultural indígena.

18/05 – das 16h às 16h30
Visita guiada: Museu Oca da Memória
18/05 – das 15h20 às 15h50 Visitação: Sala Saberes e Fazeres, uma ação do Museu Oca da Memória Local: Escola Diferenciada de Ensino Fundamental e Médio Jardim das Oliveiras - Escola Indígena de Poranga


3. ARATUBA – Aldeia Fernandes
Povo Kanindé de Aratuba
Museu Indígena Kanindé de Aratuba

20/05
Oficina: Inventário Participativo em Museus Indígenas
Ministrante: Alexandre Gomes (Mestrando em Antropologia - PPGA / UFPE)
Público-alvo: lideranças comunitárias, estudantes e professores da Escola Indígena Diferenciada
Contatos: (85) 9209-9593 (Cacique Sotero) e (85) 8781-9178 (Alexandre Gomes)


* O Projeto Historiando surgiu em 2002, a partir da iniciativa de profissionais das áreas de História e Patrimônio comprometidos com a educação enquanto ferramenta de transformação social. O objetivo é pesquisar e tornar pública a história de comunidades a partir da perspectiva de seus moradores, bem como inserir a importância da discussão sobre a construção social da memória nas lutas dos movimentos sociais contemporâneos.

O envolvimento do Projeto Historiando com a questão indígena no Ceará deu-se a partir de 2007, com a realização do curso Historiando os Tapeba, em parceria com as ONGs ADELCO- Associação para o Desenvolvimento Local Co-Produzido e ACITA-Associação das Comunidades dos Índios Tapeba, do qual resultaram três exposições e um livreto, com título homônimo ao curso.

No segundo semestre daquele ano,
Alexandre Oliveira Gomes e João Paulo Vieira Neto participaram da pesquisa que resultou na publicação do livreto Povos Indígenas no Ceará: organização, memória e luta, coordenado pela antropóloga Isabelle Braz e editado por ocasião da exposição Índios: os primeiros brasileiros, organizada pelo prof. João Pacheco de Oliveira (Museu Nacional / UFRJ), promovido no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza, entre out- dez/2007.

Durante a pesquisa, além da consulta a fontes primárias (manuscritas e impressas) e secundárias (estudos acadêmicos, principalmente), foram visitadas algumas comunidades indígenas nos municípios Poranga, Monsenhor Tabosa e Crateús, e feitos contatos com a realidade deles no sertão do Ceará, suas organizações locais, lideranças e desafios, bem diferentes dos povos mais próximos à capital Fortaleza.

A partir de então, o Projeto Historiando vem estabelecendo uma parceria política e educacional com as organizações indígenas no Ceará, no que se refere à reflexão sobre a memória enquanto instrumento de luta e afirmação étnica, que se materializa na construção de espaços de memórias nas comunidades, construídos e geridos pelos próprios indígenas capacitados.

Entre 2007 e 2008, a dupla assessorou a organização da Oca da Memória, museu indígena dos Tabajara e Kalabaça que vivem no município de Poranga, a 340 quilômetros de Fortaleza. A assessoria consistiu de mobilização para a formação do acervo inicial, e incluiu o processo de documentação do mesmo, a organização de um núcleo gestor e das potenciais atividades de um núcleo educativo.

Oliveira Gomes e Vieira Neto identificaram no início de 2009 três museus indígenas em funcionamento no Ceará: o Memorial Cacique-Perna-de-Pau, construído pelos Tapeba, em Caucaia, no ano de 2005; a Oca da Memória, organizada pelos Kalabaça e Tabajara, em Poranga, em meados de 2008; e o Museu dos Kanindé, em Aratuba, organizado pelo Cacique Sotero, a partir de 1995.

Catalogaram ainda centros culturais como a Abanaroca (Casa do Índio) dos Potyguara/Gavião/Tabajara/Tubiba-Tapuia, em Monsenhor Tabosa; a Casa de Apoio dos Pitaguary, em Monguba (Pacatuba); e a sede da primeira escola diferenciada dos Tremembé, em Almofala (Itarema) — espaços que atuam com funções específicas, de acordo com a organização de cada povo. No primeiro semestre de 2009 realizaram visitas técnicas para a elaboração de diagnósticos participativos visando a (re)estruturação museológica nestas seis comunidades étnicas.

Em novembro de 2009 a dupla publicou o livro Museus e memória indígena no Ceará: uma proposta em construção, que apresenta os resultados destes diagnósticos participativos e das reflexões que os fundamentaram e deles resultaram, documentando o processo de construção de uma política cultural voltada à educação histórica e museológica junto aos povos indígenas no Ceará, difundindo metodologias para inspirar iniciativas similares.

Uma reflexão mais sintética sobre o tema foi publicada no livro Na mata do sabiá: contribuições sobre a presença indígena no Ceará, que também objetiva afirmar e reforçar a autonomia dos povos indígenas cearenses, como pressuposto fundamental para o seu reconhecimento e a demarcação definitiva de seus territórios — demandas urgentes destas comunidades e que urgem respostas, por parte do Estado, e mobilização política por parte da sociedade civil organizada.


SAIBA MAIS

(texto: Alexandre Oliveira Gomes e João Paulo Vieira Neto)
(imagem: http://projetohistoriando.wordpress.com)