quarta-feira, 22 de setembro de 2010

MISI PITAKAJÁ






Aconteceu na segunda semana de setembro a 2º etapa do curso superior para professores indígenas o MISI PITAKAJÁ, na escola do povo Jenipapo em Aquiraz onde foi trabalhado duas disciplinas. Povos Indigenas nas americas no Brasil e Ceará e tambem gestão e organização escolar dos povos envolvidos na formação.

A disciplina de gestão e organização foi ministrada por Raimunda Sonha Nobre Silva dos Santos que norteou as discuções e atividades acadêmicas fundamentada nos seguites principios:
O Povo Indígena tem um modo próprio de pensar a vida e a morte, de se relacionar com a natureza, de viver e consequentemente de fazer sua cultura e realizar a educação. A Educação Escolar é um instrumento de leitura e de inserção no mundo moderno, pela aprendizagem das diversas linguagens, em defesa de sua gente e pela luta de seus objetivos, principalmente pela demarcação de suas terrras. Os saberes e os conhecimentos repassados pelos mais velhos ocupam o espaço mais importante na sistematização do ensino, quando os professores indígenas melhor compreendem e repassam para os alunos e assim reforçam a luta, fortalecem a cultura, recriam os costumes e tradições indígenas. A a disciplina Gestão e Organizaçao Escolar vem contribuir com a compreensão dessa realidade vivida pelas comunidades, que são as escolas indígenas, na formação e informações dos professores cursistas na compreensão da instituição escolar e de como estes povos estão se recriando na troca de seus saberes e construindo uma escola diferenciada a partir de sua matrizes culturais. o interesante é como foi dismiusada a disciplia, com a metodologia de trabalho usada pela professora, de se observar uma farinhada isso mesmo uma farinhada, os alunos obsevaram os processo de fabricaçao da farinha dentro da aldeia do povo Jenipapo, para depois traça um paralelo com a gestão da farinhada e agestão das escola indígenas, vendo a distribuição de atividades e gestão de pessoas e recursos.




terça-feira, 21 de setembro de 2010

O TORÉ










O Toré para o povo indígena é uma dança que inclui também práticas religiosas secretas, às quais só os índios têm acesso. Por exemplo, o toré é uma dança realizada ao ar livre por homens e mulheres que, formam um grande círculo que gira em torno do centro. e giram em torno de si próprio, pisando fortemente o solo, marcando o ritmo da dança, acompanhado por maracas e pelo coro de vozes dos dançarinos, que declamam versos de difícil compreensão, puxados pelo guia do grupo, O objetivo do ritual do toré é a comunicação com os encantos ou encantados, que vivem no reino dos encatados. – Um dos rituais sagrados é o toré, e pode ser praticados ou celebrados e com função religiosa, de penitência, resgate dos antepassados e relação com a natureza. na aldeia Kanindé o toré tem sido realizado com os alunos antes de iniciar as aulas todos os dias
Dançamos o toré porque ela representa o caminho para despertar a consciência cósmica para a paz. Além disso, é símbolo da resistência indígena no Nordeste, unindo povos das aldeias e as tribos. Seus cantos apresentam parte da cultura autóctone dos povos, e representam culturas específicas que resistem histórica e socialmente. O toré serve para expressa contentamento, sobre diferentes aspectos como: festas religiosas, louvação aos encantados, recepção a personalidades ilustres, confraternização, casamentos, batizados e outros. É uma forma de manter viva não apenas a cultura, a magia e a mística da tribo, mas também da conquista do seu espaço e a preservação de seus costumes e de sua identidade diante de muitas lutas durante toda a história do Brasil.



O toré era dançado ao ar livre por homens e mulheres que, aos pares, formam um grande círculo que gira em torno do centro. Cada par, ao acompanhar os movimentos, gira em torno de si próprio, pisando fortemente o solo, marcando o ritmo da dança, acompanhado por maracás, gaitas, totens e amuletos e pelo coro de vozes dos dançarinos, que declamam versos de difícil compreensão, puxados pelo guia do grupo, no idioma da tribo.
Fazendo uma analise do toré de antigamente para o de hoje em dia percebemos que não mudou praticamente nada! Apenas praticados mais por alunos menores e pelos adultos quando tem um evento importante. E os únicos instrumentos usados na prática do dia a dia são a Maraca e o tambor.



Utilizam o tambor como instrumento o que é Um dos mais importantes instrumentos sonoros das culturas indígenas do Brasil por se relacionar com o lado prático, musical e religioso, desde a descoberta foram atestada a sua utilização pela população nativa. Como originais podemos apontar os tambores de madeira, tambor de tábua, tambor de tronco escavado, feito e moldados a fogo. Bastante conhecido é o tambor de água; que é um pequeno tambor usado na festa da Moça Nova. Poderíamos apontar alguns desses tambores, exemplo:



1 – Tambor Catuquinaru: É instrumento de sinalização, o tambor em si é um tronco de palmeira resistente, colocado verticalmente no solo e escavado de maneiras a abrir câmaras, nas quais são introduzidos vários materiais, como borracha, madeira, couro, mica em pó, fragmentos de ossos, areia fina, são seis as câmaras, em posição horizontal, de três em três, separadas por um espaço vazio, vertical. O instrumento é embutido numa escavação feita no chão. Aproximadamente até a metade de sua altura. A parte superior do tambor é coberta com borracha resistente; o mesmo faz com os dois lados da fossa. Nesta também há de lascas de madeira, couro cru e resina de várias árvores. A fossa é fechada com areia grossa.Percutem-se com uma maça cuja parte de contato, além de ser mais volumosa, ainda é coberta por camadas de borracha de couro.



2 – Tambor de fenda: É feito de uma tora de madeira avantajada (1m 42 X 1m23) escavado por meio de pedras incandescentes.



3 – Tambor de Carapaça: É feito da carapaça da tartaruga, é instrumento cerimonial, e faz parte



da festa da Moça Nova.



4 – Tambor de Cerâmica: Entre eles o tambor d´agua, que consiste num vaso de barro tendo a abertura fechada com couro, Izikowitz considera o tambor d´agua como um velho elemento de civilização, talvez representando um dos mais antigos tambores do mundo.



5 – Tambor de Pele: O instrumento dessa espécie é confeccionado com um cilindro de madeira leve ou mesmo pesada, curto ou afunilado, geralmente fechado de um lado só; a fixação dos materiais é feita por compressão, por meio de cipós ou mediante bastonetes.; fazem soar batendo com uma só baqueta, os velhos que assentados batucam com as mãos.
Se a maioria dos tambores de pele apresenta a fixação por meio de compressão à tribo Tremembé, do rio capim, usa o torno, mesma técnica usada por tribos africanas, o que parece indicar influência negra, e a influência existe, no entanto, o elemento estranho parece indicar mais interinfluência, pois se do negro o índio assimilou entre outras a confecção do tambor no caso citado, do índio a comunidade negras localizadas na área aborígine adotou todo um sistema de vida, como observou Daycy Ribeiro. Os instrumentos de percussão são os mais variados. De início, o simples bater o pé marca o som e o ritmo nas danças. É a forma mais primitiva e natural.
Já o instrumento da maraca Surgem os maracás, feitos geralmente de cabaças e que são decoradas com ranhuras, pirogravuras, plumas e penas coloridas. Outros são feitos de caramujos, ovos de jacaré e ema, bem como de carapaças de tartaruguinha. Existem, ainda, os maracás tubulares, feitos de taboca e recobertos de esteiras. Os chocalhos em fieira são confeccionados de sementes, cocos, cascos de veado, porco e anta, sendo também usados como cintos e ligas. É um instrumento que sinaliza o poder espiritual. Há diversas variantes, consistindo às vezes de uma cabaça oca repleta de pedrinhas ou sementes e colocada na extremidade de um pau. Por vezes se apresenta com dois cabos. Pode ser enfeitado com penas ou pinturas, bem como com trançados de palha, com a qual também podem ser confeccionados.






Há maracás em que a cabaça é substituída por esferas de madeira ou barro ou ainda: crânios de animais ou humanos. Apesar de servir para puxar a dança, o maracá é, sobretudo, um instrumento mágico usado pelos pagés para trazer os bons espíritos e se defender dos maus. O maracá dá o tom das pisadas e os índios dançam, em geral, em círculo.
Já antigamente as mulheres usavam roupas, ou seja, vestidos compridos com mangas longas e também tinha as saias longas.

O PROFUNDO SENTIDO DE DEUS
Entrando na questão religiosa, analisamos a idéia de Deus perpassa todas as religiões indígenas. Muitos desses povos têm a noção de um Deus criador, mas de um Deus que cria e, em seguida, se afasta, intervindo no mundo através de entidades espirituais ou heróis civilizadores, isto é, humanos com grandes poderes. Outras vezes esse herói é também o ancestral de um povo.
Para os Tupinambás, povo que ocupou grandes áreas da costa brasileira, Deus criador era chamado de Monã, que significa o ancião. Criou o céu, a terra, os homens e tudo o que existe. Devido à maldade dos homens destruiu essa primeira terra pelo fogo. Houve apenas um sobrevivente, Maíra Mona, que pediu que a restaurasse. Uma grande chuva apagou o incêndio, surgindo aí uma nova terra. Um conflito entre dois irmãos — Tamoindaré e Arikuté, descendentes de Maíra-Monã –, desencadeou uma nova catástrofe, um dilúvio, que destruiu novamente a terra. Salvaram-se apenas esses dois irmãos, com suas esposas, porque conseguiram subir em cima de uma palmeira e de um jenipapeiro. De Tamoindaré descendem os Taupinambá e de Arikuté, descendem os Temiminó e isso explica porque até hoje são inimigos. Os Guaranis chamam o Deus pelo nome de Nhanderu, o nosso primeiro pai. Foi ele quem dispersou as trevas primordiais com a luz de sua sabedoria.



Criou o mundo, colocando-o sobre duas traves cruzadas, que por sua vez são apoiadas sobre quatro palmeiras. No dia em que essas palmeiras desabarem, será o fim do mundo material. O presente mundo é apenas uma cópia ou sombra do verdadeiro mundo, que fica no Além. Por isso todo empenho dos Guaranis é alcançar o Yvy marã’ ei, a Terra sem Mal, onde as pessoas não envelhecem, onde não é preciso trabalhar, onde a caça já vem aos pés do caçador e onde não há sofrimento e nem morte. Muitas outras sociedades indígenas não possuem a idéia de um Deus criador, como é o caso do povo Xavante e dos povos de língua jê. Seus mitos de origem começam com um mundo já criado, havendo demiurgos que vão amparar e proteger os humanos. Entre outros povos há um mundo povoado por diferentes categorias de seres, com poderes muito diferenciados, que trazem benefícios e malefícios aos humanos.
Já os Kanindés de Aratuba, tinham como Deus a natureza, o sol, a luz, a mata e etc. Também com a influência dos jesuítas em nosso meio e através do passar dos anos, foram sendo catequizados os índios que nossa forma de adorarem não era de maneira correta e, aí fomos induzidos a crer no Deus da Igreja Católica Apostólica Romana, o que difere tudo o que havíamos aprendido antes.



Hoje em dia, a Comunidade Indígena Kanindé de Aratuba, tem em seu meio pessoas fortemente católicas, evangélicas e os que ainda acreditam em uma força espiritual capaz de realizar aquilo que eles desejam, ou seja, através de familiares ou conhecidos que já morreram.
Participam dos festejos a São José no mês de Março de cada ano; das novenas; das missas; dos terços que são realizados na comunidade.



Já em relação às Curadeiras e Resadeiras – Os alunos do quarto ano do fundamental I foram entrevistar a senhora Odete Fidélis da Silva, de 59 anos de idade (resadeira da comunidade), sentaram com ela e fizeram alguns questionamentos, e ela aos poucos foi respondendo. Falou que começou a rezar cedo demais. A mesma mencionou aprendeu a curar no pensamento dela e até um fato, por exemplo: havia um homem que estava sentindo muita dor de dente, pediu pra ela rezar nele e ela rezou. No outro dia ele voltou e falou que havia ficado bom daquela dor. Daí então foi vindo mais e mais gente pedir pra ela rezar nelas e ficou nisso até hoje em dia.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Desfile Sivico







No ultimo dia 4 a escola kanindé, levou uma representação de 30 alunos para o desfile de independencia na sede do municipio de aratuba, a escola levou o tema ASSEGURAR O DIREITO DOS POVOS INDIGENAS À SUA DIGNIDADE, ESPIRITUALIDADE, CONHECIMENTOS, TERRAS E RECURSOS.



Cada aluno Levou uma muda de planta para distribuí com os espectadores do desfile, afim de concintiza-los da presevação da nossa natureza, por que percebemos que só fazer nossa parte isolados dentro da aldeia não vai fazer tanta diferença, mais se juntos negros, indios, não indios estivermos unidos por um lugar saldavel para vivermos isso com certeza vai fazer a diferença não só para Aratuba mais para o mundo.